"O medo é o principal modo de transporte para o cancro, porque o cancro é a única palavra com seis letras que nenhum de nós quer ouvir falar."
Charles Martin (2009)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Campanha para diagnóstico precoce arranca hoje


A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lança hoje uma campanha de prevenção que pretende alertar para a importância do diagnóstico precoce do cancro da mama através da ida regular ao médico e a realização de mamografia.


«Ignorar o cancro da mama é ignorar aqueles de quem gosta» é a mensagem-chave desta campanha de sensibilização, intitulada «Tempo de Viver» e que tem dois públicos-alvo: as mulheres mais jovens e as mais velhas.


Segundo a LPCC, esta doença não afecta apenas a vida de uma mulher, mas a de todos os que a rodeiam, pelo que faz o seguinte apelo: «Por si, mas também por eles, visite regularmente o seu médico e faça a mamografia ou compareça ao rastreio. Porque o diagnóstico precoce pode salvar-lhe a vida».


Redacção Lux/Lusa em 1/9/2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Testemunho

Por Rita Leitão

"Um artigo ...... um testemunho .... a minha experiência...... cuidados paliativos ... etc etc... etc!
Nesta fase do campeonato em que o verbo SATURAÇÃO é o que predomina, e está na ordem do dia, não sei se sou a pessoa indicada para enaltecer estes serviços já que estou farta deles todos, quer dizer, de hospitais, de enfermeiros, de consultas, de opiniões. (Há dias assim! SATURAÇÃO poderia ser o tema escolhido!) O meu testemunho é igual ao de milhares de pessoas que sofrem desta doença mortal que se chama cancro.
Tenho um cancro (em fase terminal) que teimosamente ando a combater desde há 2 anos quando me foi diagnosticado. Dizem que é um cancro raro (o nome pelo menos assim o indica porque nem eu o sei pronunciar!!!) que tem a ver com a glândula supra-renal, que me foi retirada. A partir daí começa o caos. Caos físico, familiar... e uma viagem alucinante às profundezas do mais íntimo que vou conseguindo alcançar.
A verdade é que tenho metástases espalhadas em toda a parte abdominal e pulmonar e que me aconselharam um bocado precipitadamente (já que ninguém sabe tratar deste cancro, para quê mutilar mais ainda a pessoa???) quimioterapia. A mais violenta que me reduziu a um farrapo, me destruiu..... e que não resultou! Depois disso, sem saber para que lado se virar....toma lá outra dose de quimio... , desta vez oral! QUEREM SABER O RESULTADO????? O meu médico, de quem eu gosto muito, mas aqui na se trata de gostar ou não, mas sim de saúde, não teve coragem de me dizer de caras que já não havia nada a fazer....foi-me dando a entender. Lembro-me de lhe perguntar que mais é que eu poderia fazer mesmo a nível de alimentação, tomar umas vitaminas etc... e ele dizer-me para eu não me preocupar com essas coisas.... deixei de ir a esse hospital com pena de não ter tido uma conversa final com esse homem!
Voltei-me para as medicinas quânticas, reflexoterapias, essas coisas todas que me foram ajudando a superar mal-estar e a sentir que estava a cuidar de mim. Estive assim durante uns 3 meses e fui-me abaixo. Completamente abaixo, e fui internada, a ganir de dores, noutro hospital.
A novidade é ser internada nos cuidados paliativos, coisa que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida...ou pelo menos muito vagamente...A minha perspectiva de vida eram 2 semanas!!! Estava a morrer e a deixar-me ir. A médica responsável por mim foi seguramente um anjinho que me caiu do céu. Ela e a sua equipa. Vivi mais nessa semana que durante um bom bocado da minha maravilhosa vida!!!O estado era de tal maneira grave, que veio o padre, vieram as despedidas familiares, os choros. Hoje tenho a sensação que já morri . Que já fiz o luto de toda a gente....quase de mim própria!! Estive no hospital uns dias até a coisa equilibrar e pedi para ir para casa...... morrer ........ em casa.
E, desde esse dia foi sempre a abrir........a viver cada minuto da minha vida intensamente! Foi a minha escolha. Gozar ao máximo este tempo que me foi emprestado. Foquei, disciplinei, virei a minha direcção num único objectivo: morrer com dignidade, lúcida e em paz!!!
E tem sido uma aventura, que AVENTURA!!!!!!
Apesar de às vezes haver dias de bradar aos céus, em que tudo é negro e nada faz sentido, considero-me uma mulher com muita sorte.
Os cuidados paliativos deram-me com toda a certeza a oportunidade de arrumar a casa, preparar tudo para a minha família, fazer crescer a minha relação com o meu marido (obrigado por tudo Pocas) ..... e principalmente de olhar para dentro de mim. É muito duro, mas tenho momentos de tamanha perfeição, liberdade e comunhão com todo o universo que me faz dizer alto e bom som que tudo vale a pena.
Aprendi que não existem qualquer tipo de fronteiras, tabus em relação à morte... deixei de ter medo e encaro a morte como mais uma aventura. Como tem sido até agora a minha vida... E uma aventura gloriosa. Às vezes já me apetece partir, tenho uma curiosidade louca....
MAS ...MAS ... MAS ... o que me cativou, mais, foi sem dúvida a Humanidade e a Disponibilidade desta senhora chamada Dra. Isabel Neto. E o Abraço dela que se tornou numa constante na minha Vida. Aquele riso transparente que é raríssimo encontrar nos dias de hoje!!! E o raio da mulher, tá sempre assim. Ainda há gente fabulosa.
Só tenho pena que os doentes, (todos os doentes terminais seja a doença que for) todos aquele que precisam de um grito de esperança, de amor, de compreensão, de partilha e, sobretudo de tirar esta dor que faz apetecer acabar com tudo!!!!, não sejam acompanhados mais e desde mais cedo por estes cuidados, ainda quando acompanhados por outros médicos. Afinal de contas para que é que serve a medicina??? Tamos iguais ao resto do governo: Muita parra e pouca uva!!! Só converseta...e aqui com a saúde na se pode brincar, meus amigos!!!!!! Vamos à ACÇÃO!
Concorreria concerteza com muito, e muito menos sofrimento para eles e para todos os familiares que são pessoas fortemente a considerar, uma vez que são pessoas totalmente desamparadas e abandonadas nesta bomba-relógio do sofrimento...
Este texto é dedicado a todos os que podem ajudar ........... a todos os que sofrem e querem viver bem."

Extraído do site da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Stress ajuda ratinhos a lutar contra o cancro


O stress pode ajudar o corpo a lutar contra o cancro, revela um estudo, liderado pelo neurocientista Matthew During, da Ohio State University, nos EUA, e publicado na revista “Cell”.


Para a experiência, os cientistas injectaram células de melanoma (o cancro de pele mais mortal) nos ratinhos, esperando que a doença se desenvolvesse. Alguns dos animais foram colocados numa gaiola espaçosa, com muitos brinquedos e com mais ratinhos do que é normal, outros, contudo, foram deixados em gaiolas comuns de laboratório.


Três semanas após o início da experiência, os tumores tinham apresentado uma redução de quase metade do volume nos animais deixados na gaiola considerada com mais estímulos. Passadas 7 semanas, a redução dos tumores foi de 77%. Nesse mesmo período e sem qualquer tratamento, a doença desapareceu em 17% desses ratos, enquanto nos animais que permaneceram nas gaiolas comuns o cancro continuou a desenvolver-se normalmente.


Os investigadores acreditam que a estimulação desenvolveu um stress moderado nos ratinhos, que terá levado à libertação de hormonas que desencadeiam efeitos positivos em relação ao cancro. E, para demonstrar que os benefícios não foram provocados pela prática de exercício físico, as gaiolas comuns também continham rodas, tendo estes ratinhos feito o triplo do exercício praticado pelos animais da gaiola colectiva.


Os investigadores revelaram que os ratinhos do ambiente onde foi induzido algum stress produziram uma substância adicional no cérebro, denominada “factor neurotrófico”. Essa substância, que estimula a produção de neurónios, reduz a leptina − hormona associada ao apetite mas também ao desenvolvimento de cancro.


Experiências anteriores realizadas em ratinhos já tinham demonstrado que os animais submetidos a stress, até mesmo a situações de luta, conseguiam combater melhor o cancro do que outros ratos que viviam num ambiente tranquilo.


ALERT Life Sciences Computing, S.A.
15 de Julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Prevenir no Verão


A prevenção nunca é demais, especialmente quando nos encontramos numa das épocas mais propicias ao desenvolvimento de cancro da pele, o Verão. Numa altura em que, em Portugal, as temperaturas batem recordes, é preciso ter em atenção alguns cuidados para minimizar os efeitos nocivos que o sol pode ter sobre nós.

Assim:
- Evite a exposição solar nas horas de maior calor;
- Utilize protector solar;
- Use chapéus;
- Consuma fruta e beba muitos liquidos.

Se tiver algum sinal que mude de aspecto e se encontre irregular, por favor contacte o seu médico.
A pele não reveste o ser humano apenas por questões estéticas, ela é extremamente importante para proteger o organismo de alguns agentes infecciosos. Por isso, protege-a. Um bronzeado acentuado pode ser bonito no presente, mas altamente prejudicial no futuro.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Evento "Querer é Poder Viver"

No passado dia 22 de Maio, o pavilhão de exposições de Redondo recebeu o evento solidário "Querer é Poder Viver". Este reuniu 18 equipas que se entregaram de corpo e alma à causa defendida, mostrando que ainda existem pessoas solidárias no meio em que vivemos. Muitos foram os que participaram e os que por lá passaram e a todos, o nosso muito obrigado. Com a colaboração de todos foram angariados quase 3000€ que, a Liga Portuguesa Contra o Cancro empregará na sua constante luta contra a doença oncológica.
Para nós, grupo organizador (Ana Fortes, Maria João Parreira, Raquel Farófia e Tânia Fanica) este foi com toda a certeza um dia memorável que muitas aprendizagens nos proporcionou.
Aqui fica o nosso muito obrigado a todos os que formaram as equipas, a todos os que nos brindaram com a sua presença, ás nossas famílias, à Helena Parreira pelo fantástico logótipo, a todos os participantes desde conferencistas a artistas e também a todos os nossos professores e à directora do agrupamento de escolas.
Este evento é a prova de que a solidariedade vale de facto a pena. Que a luta contra o cancro nunca pare até se encontrar a cura!

Veja aqui as fotografias do evento.
http://www.slide.com/r/Fv6Tykpu2T-Za7-DXoO3m6rZ0WPpN11r

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Convidamos todos a juntar um grupo de amigos e formar uma equipa. É extremamente simples. Só terá de reunir um grupo de pessoas e decidir que produtos ou serviços pretendem ser vendidos (alimentos, bijutarias, peças de vestuário, artesanato etc...). Depois, basta eleger um capitão, escolher um nome para a equipa e, através do link "inscrição de equipas" que se encontra no ecrã à direita, formalizar a inscrição. No dia 22 de Maio, no Pavilhão Multiusos de Redondo, estará um espaço destinado a cada equipa, à qual cabe decorá-lo da forma como entender. Como vê, ajudar é fácil.
Se por algum motivo não estiver a pensar em formar uma equipa, não fique em casa. Visite-nos e venha disfrutar de tudo o que preparámos para si.
Até dia 22 de Maio! Esperemos por si e pela sua solidariedade.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

“Querer é Poder Viver” é um evento de carácter solidário, onde o principal objectivo é angariar fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Sendo assim todas as pessoas que desejam inscrever-se e colaborar activamente neste projecto são bem-vindas, sendo apenas necessária a aceitação do regulamento apresentado de seguida.
Cada equipa só terá de nomear um chefe, maior de idade, e conjuntamente, apelando à imaginação, decidir que tipos de produtos ou serviços (bijutarias, alimentos, peças de vestuários, flores etc…) pretendem vender. Depois, basta fazer a inscrição e pôr mãos à obra para que no dia 22 de Maio esteja tudo preparado para ser comercializado.
As inscrições estarão abertas até ao dia 18 de Maio.
É também importante referir que devido à falta de stands, o espaço disponível, nomeadamente o Pavilhão Multiusos, irá ser dividido de maneira a que todas as equipas tenham o seu espaço.

Regulamento

1 - Podem ser formadas equipas com elementos de qualquer ponto do país e de qualquer nacionalidade;
2 – A constituição da equipa deve conter um número de elementos compreendido entre os 5 e os 10;
3 – Em cada equipa deve existir pelo menos um elemento maior de idade;
4 – As fichas de inscrição devem ser entregues ou enviadas até ao dia 18 de Maio;
5 – O evento terá início ás 9 horas e 30 minutos. Durante o período em que decorrerá o evento os espaços individuais e os produtos nele contidos são da exclusiva responsabilidade de cada equipa;
6 – Os espaços cedidos às equipas deverão ser montados e decorados até às 7 horas do dia 22 de Maio;
7 – Findo o evento todo o material deverá ser recolhido até ao dia 23 de Maio.
8 – A inscrição de cada equipa requer a aceitação e o cumprimento de todas as cláusulas do presente regulamento;
9 – A estadia, se necessária, é da responsabilidade de cada participante;
10 – O lucro conseguido deverá ser entregue na sua totalidade à Liga Portuguesa Contra o Cancro.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A arte e o cancro

No programa televisivo "So you think you can dance", o coreógrafo Tyce Diorio presentiou o público com uma coreografia inspirada no cancro da mama à qual Ade e Melissa deram a sua alma e o seu corpo. Acerca desta coreografia que emocionou todos os telespectadores e membros do jurado, basta dizer que é maravilhosa, brilhante, emocionante e inesquecível.
Veja com os seus próprios olhos no link abaixo indicado.

http://www.youtube.com/watch?v=E1wr42lSuo8&NR=1

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Citações

"Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer."
Virginia Satir

"A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana."
Louis Pasteur

quarta-feira, 24 de março de 2010

Notícia

Massagens dadas por familiares aliviam stress do doente oncológico

Os pacientes com doença oncológica avançada que recebam regularmente massagens - com uma duração média de 14 minutos - dadas pelo conjuge ou familiar revelam uma diminuição dos niveis de stress, de acordo com os resultados de um estudo apresentado na conferencia anual da Anerican Psychosocial Oncology Society.No estudo, financiado pelo National Cancer Institute, dos EUA, e liderado por William Collinge, foram formados, através de um programa de DVD, 97 familiares de doentes oncológicos. No video era-lhes ensinado o modo como deveriam administrar as massagens aos seus familiares doentes. Da amostra faziam parte individuos com 21 tipos de cancro, sendo que quase metade eram cancros da mama e mais de metade dos casos encontrava-se num estado muito avançado da doença.Ao longo das quatro semanas de avaliação, os autores verificaram que 78 por cento dos que receberam uma massagem diária de 14 minutos, ou mais, apresentaram niveis menores de stress, enquanto apenas 15 por cento dos que receberam massagens mais curtas apresentaram niveis semelhantes na redução do stress.O estudo verificou ainda que a massagem diária de 14 minutos diminuia em 44 por cento os niveis de ansiedade, em 32 por cento a fadiga, a depressão em 31 por cento e a nausea em 29 por cento.Em comunicado de imprensa da universidade, o lider da investigação refere que estes resultados são semelhantes aos registados com um massagista profissional e que vão influir numa grande melhoria da qualidade de vida dos pacientes com cancro.Os familiares e amigos cuidadores podem consultar alguns excertos do filme, denominado - Touch, Caring and Cancer. Simples Instruction for Family and Friends -que está disponível, entre outros idiomas, em ingles e castelhano, no seguinte endereço. www.partnersinhealing.net

Fonte:Correio dos Açores[Fim de Notícia]

sábado, 20 de março de 2010

Curiosidades

Sabia que...



O termo médico para a perda de cabelo é alopécia. A queda de cabelo provocada pela quimioterapia é transitória e reversível e não surge forçosamente com todos os tratamentos. Dependendo dos agentes utilizados na quimioterapia, pode ser parcial ou total. Em geral, a alopécia surge 3 a 4 semanas após o início da quimioterapia.



Informação extraída de "Guia do doente oncológico" da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Conselhos da semana - Alimentação durante a quimioterapia

Falta de apetite
- Faça refeições pequenas e frequentes, sem se preocupar em respeitar horários convencionais;
- Escolha os alimentos de que mais gosta;
- Coma devagar;
- Varie a sua alimentação e ementas.

Boca Seca
- Beba frequentemente, em especial bebidas frescas;
- Pode chupar cubos de gelo feitos com água ou sumo de fruta;
- Prefira alimentos macios, passados ou com molhos.

Náuseas
- Não force a alimentação quando se sente enjoado;
- Prefira alimentos leves e poucos condimentados;
- Ingira os alimentos mornos ou frios;
- Ingira bebidas gaseificadas, desde que em pequenas quantidades.

Diarreia
- Ingira muitos líquidos ao longo do dia;
- Evite consumir vegetais ricos em fibras, tomate, ameixa, laranja, gorduras, condimentos e café;
- Faça uma dieta à base de arroz, cenoura e banana.

(Informação extraída e adaptada de "Guia de Alimentação - Quimioterapia" do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil e do Centro Regional de Oncologia de Lisboa)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Citação

"Eu queria retirá-lo. Queria matá-lo. Retalhá-lo em mil pedaços dolorosos, depois espezinhá-lo na terra, esmagá-lo completamente e erradicar o seu odor da face do planeta. Mas ele não chegou até aqui por ser estúpido. Nunca mostra o rosto e é difícil eliminar algo que não podemos ver".

(Charles Martin acerca do cancro em "Até que o rio nos separe", 2009)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Poema


"As cousas árduas e lustrosas
Se alcançam com trabalho e com fadiga;
Faz as pessoas altas e famosas
A vida que se perde e que periga
Que, quando ao medo infame não se
rende,
Então, se menos dura, mais se estende".

"Os Lusíadas - canto lv, estrofe 781"

Um cumprimento muito especial para as pessoas fantásticas do movimento de laringectomizados da Liga Portuguesa Contra o Cancro, núcleo regional do sul, pois foi nas suas instalações que vimos este poema que agora fazemos questão de partilhar com todos, porque a força deve ser partilhada.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Curiosidades


Sabia que...

A ausência de dor não significa ausência de cancro, mas a presença de dor também não significa necessariamente presença de cancro?


Informação extraída de: "Mama, Saúde e Doença - A prevenção está na sua mão" por Liga Portuguesa Contra o Cancro, núcleo regional do sul.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Conselhos da semana - Cancro da mama


Seja Previdente

O cancro da mama atinge milhares de mulheres em todo o mundo. A verdadeira causa da doença ainda é desconhecida mas a prevenção é possível e importante, seja actuando em factores de risco, seja através do diagnóstico precoce.

Seja Curiosa

Se na sua família há casos de cancro da mama deve procurar o seu médico e ele decidirá se a vai encaminhar para uma consulta especial.

Seja Romântica

Apaixone-se pela fruta e pelos vegetais e inclua-os na sua dieta diária.

Não seja esponja

Evite as bebidas alcoólicas.

Não seja banhanhas

Controle o seu peso que deve ser adequado - nem de mais nem de menos.

Não seja chaminé

Não fume.

Não seja paxá

Mexa-se! Faça exercício (marcha, natação, etc.) pelo menos três vezes por semana.

Não seja totó

Não faça da ignorância um aliado do cancro. Informe-se e tire as dúvidas.

Não seja medricas

O povo diz, e com razão, que "o medo é que guarda a vinha" mas nunca disse que "o medo é que guarda a mama".

Seja cuidadosa

Consulte periodicamente o seu médico e faça regularmente os exames que ele lhe recomendar (nomeadamente as mamografias). Este é o caminho certo para o diagnóstico precoce da doença.

Seja esclarecida

Os tratamentos hormonais (anti-concepção, menopausa e fertilidade) podem interferir com a saúde mamária. Siga sempre as indicações do seu médico.

que Não Seja por isso

As intervenções de cirurgia estética da mama não provocam o cancro mas só devem ser realizadas após avaliação clínica e, muitas vezes, imagiológica (ecografia e/ou mamografia).

Na próxima semana não perca mais conselhos, desta feita sobre cancro e alimentação.

Informação extraída de: "Mama, Saúde e Doença - A prevenção está na sua mão", Liga Portuguesa Contra o Cancro, núcleo regional do sul

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Artigo: "Cancro pode passar da mãe para o feto durante a gravidez"


Por Susana Salvador, 14 de Outubro de 2009


Bebé japonesa 'herdou' a mesma leucemia que custou a vida da mãe, mas não através dos genes. Cientistas encontraram uma anomalia no ADN das células de cancro que fez com que estas conseguissem ultrapassar a placenta - que actua como uma barreira contra as agressões externas - e o sistema imunológico da criança não as detectou como malignas.


É um caso extremamente raro, mas os médicos acabam de provar ser possível. Uma japonesa de 28 anos desenvolveu leucemia (cancro do sangue) na gravidez, tendo a mesma doença sido diagnosticada à filha quando esta tinha 11 meses. Só que o cancro não tinha sido herdado geneticamente: houve uma "infecção" no útero, segundo os resultados da investigação revelada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Em teoria, esta "infecção" não deveria ser possível, uma vez que a placenta funciona como uma barreira, bloqueando a passagem de células estranhas, como as de cancro, e o sistema imunitário do bebé devia destruir aquelas que conseguissem passar. Mas Mel Greaves, do Instituto de Investigação de Cancro, no Reino Unido, descobriu que havia uma mutação nas células malignas encontradas no bebé. O problema era no antígeno leucocitário humano (que determina a compatibilidade), pelo que o sistema imunitário não reconheceu as células do cancro como estranhas e não as destruiu.
"Parece que neste caso as células malignas maternas atravessaram a placenta até ao feto em desenvolvimento e conseguiram implantar-se porque eram invisíveis para o sistema imunitário", disse o investigador, citado num comunicado oficial. Mas lembra que os casos são raríssimos - haverá apenas 30 casos suspeitos, normalmente relacionados com leucemia ou melanoma (cancro da pele).
"A placenta é uma barreira muito efectiva para a saúde materna, de outra forma a mãe rejeitaria o bebé", disse Greaves, citado pelo jornal The Times. "Logo, mesmo se algumas células passassem, o bebé poderia lidar com elas. Mas isto prova que a mutação pode afectar o reconhecimento crítico de um humano do outro."
Este caso chamou a atenção dos investigadores depois de terem descoberto que mãe e filha apresentavam um gene de cancro idêntico com uma mutação (o BCR-ABL1). Mas a bebé não tinha herdado o gene, referem os cientistas, dizendo que a criança não teria desenvolvido este tipo de leucemia de forma isolada.
Há cem anos que os cientistas questionavam a possível "transmissão" do cancro na gravidez. "Estamos satisfeitos por ter resolvido este puzzle antigo. Mas lembramos que casos como este são extremamente raros e que as hipóteses da grávida que desenvolva um cancro o passar para o filho são remotos", disse Graves, lamentando que a descoberta seja feita graças a uma história trágica. A mulher não resistiu ao cancro; a filha encontra-se bem.
"A mensagem mais importante desta investigação fascinante é que as células da leucemia podem ser destruídas pelo sistema imunitário. Usar o poder do sistema imunitário para curar, em primeiro lugar, e depois proteger os doentes da leucemia é uma das nossas principais áreas de pesquisa", afirmou David Grant, director científico da Leukaemia Research, a organização de caridade que financiou o estudo.
O chefe do serviço de obstetrícia do Hospital de São João, Nuno Montenegro, mostrou-se céptico em relação aos resultados, lembrando contudo ao DN que não leu o estudo. Na opinião deste especialista, o cancro poderia já estar presente no património genético da mãe, transmitido à criança, tendo a tradução da doença sido contudo muito mais rápida do que o normal.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Trabalhar num projecto deste género é para nós um grande orgulho, pois sentimos que estamos a abrir os nossos horizontes e a ajudar outros a fazê-lo. Mas apesar da vontade, da força e da determinação, realizar um projecto como este é muitas vezes remar contra a corrente. O apoio nem sempre surge quando precisamos dele, apesar de nos esforçarmos por consegui-lo. É bastante complicado encontrarmos alguém que não se fique somente pelas palavras e nos ajude por meio de acções.
Ouvimos com frequência ser dito que devem ser apoiados projectos como este, mas na verdade, poucos têm intenção de o fazer realmente. Como é óbvio antes do resultado final é necessário realizar um trabalho muito árduo que nos permita chegar onde pretendemos, passo a passo, etapa por etapa. No entanto, todo o caminho que é necessário percorrer é muitas vezes ignorado, quando na verdade requer tanto ou mais apoio do que o resultado propriamente dito.
Porém, e apesar de tudo, as dificuldades não enfraquecem a vontade de vencer, pelo contrário, tornam-na mais forte. É assim neste caso e é assim na vida. Por vezes as adversidades fazem-nos olhar em redor e perceber as coisas que podemos perder. É nessa altura que compreendemos o quanto as queremos.
A doença oncológica surge no meio do caminho pondo em causa tudo aquilo que é dado como certo, agitando o mundo e fazendo-o desabar. Os pedaços que ficam tornam-se essenciais e é necessária uma luta constante para os voltar a unir. Aí, percebemos o quanto cada pedaço por mais pequeno que seja é importante e o que ele nos pode trazer se o voltarmos a encaixar no seu sítio. Ele pode não voltar a caber na perfeição, porque entretanto foi moldado pelas circunstâncias, mas ele estará lá e isso é o quanto basta para nos voltarmos a sentir novamente inteiros.

domingo, 10 de janeiro de 2010

É no terreno que realmente se aprende. É observando, é comunicando, é presenciando a realidade que conseguimos entender concretamente as características de cada coisa ou situação.
É a viver que realmente se aprende e não a ler sobre a vida ou a vê-la passar.
Anteriormente estas palavras podiam ser apenas isso, palavras. Mas agora não. Agora elas ganharam um sentido que nos permitiu ver a verdade pura que encerravam em si.
A ler sobre a doença oncológica aprendemos muito, mas nada disso se compara à sensação que experienciámos ao fazer as nossas primeiras entrevistas. Nada se iguala à riqueza das palavras de quem lutou ou assistiu à luta de alguém que amava. Nada é comparável àquilo que sentimos ao ouvir alguém pôr a alma a nu, descrevendo o que sentiu, o que pensou, o que presenciou e vivenciou.
Existem experiências ricas que, alegres ou tristes, têm muito para ensinar aos outros, devendo por isso ser partilhadas.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Situação actual do projecto


Com o início do novo ano inicia-se uma nova jornada de trabalho. Ter a oportunidade de ver e concretizar no terreno tudo aquilo que anteriormente não passava de palavras no papel, dá-nos uma alegria imensa e motiva-nos a perseguir todos os nossos objectivos. Não é fácil realizar um projecto destas dimensões, ainda mais porque nunca tamanho desafio foi realizado na nossa área de residência e de estudo, porém com esforço, determinação, vontade e responsabilidade, tudo se consegue e isso nós temos de sobra!
Inicia-se agora a realização de questionários e entrevistas, cujos resultados constituirão a base para a nossa monografia. Através deles pretendemos aferir o modo concreto como a qualidade de vida dos doentes oncológicos é afectada, fazendo-o junto daqueles que melhor o sabem, os próprios doentes e os seus familiares mais próximos.
Tal como diz o povo temos aqui "pano para mangas", mas os nossos objectivos não se ficam por aqui. Não faz sentido perceber todo o universo de uma doença como esta se depois não pretendemos dar o nosso pequeno contributo para auxiliar ainda que pouco aqueles que foram afectados por ela. Como tal, findo o trabalho teórico e cientifico, ocupar-nos-emos com a componente solidária que um tema como este requer de todos nós. Para já não pretendemos dizer muito mais sobre o que ainda está para vir, mas a seu tempo levantaremos a ponta do véu.