"O medo é o principal modo de transporte para o cancro, porque o cancro é a única palavra com seis letras que nenhum de nós quer ouvir falar."
Charles Martin (2009)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Trabalhar num projecto deste género é para nós um grande orgulho, pois sentimos que estamos a abrir os nossos horizontes e a ajudar outros a fazê-lo. Mas apesar da vontade, da força e da determinação, realizar um projecto como este é muitas vezes remar contra a corrente. O apoio nem sempre surge quando precisamos dele, apesar de nos esforçarmos por consegui-lo. É bastante complicado encontrarmos alguém que não se fique somente pelas palavras e nos ajude por meio de acções.
Ouvimos com frequência ser dito que devem ser apoiados projectos como este, mas na verdade, poucos têm intenção de o fazer realmente. Como é óbvio antes do resultado final é necessário realizar um trabalho muito árduo que nos permita chegar onde pretendemos, passo a passo, etapa por etapa. No entanto, todo o caminho que é necessário percorrer é muitas vezes ignorado, quando na verdade requer tanto ou mais apoio do que o resultado propriamente dito.
Porém, e apesar de tudo, as dificuldades não enfraquecem a vontade de vencer, pelo contrário, tornam-na mais forte. É assim neste caso e é assim na vida. Por vezes as adversidades fazem-nos olhar em redor e perceber as coisas que podemos perder. É nessa altura que compreendemos o quanto as queremos.
A doença oncológica surge no meio do caminho pondo em causa tudo aquilo que é dado como certo, agitando o mundo e fazendo-o desabar. Os pedaços que ficam tornam-se essenciais e é necessária uma luta constante para os voltar a unir. Aí, percebemos o quanto cada pedaço por mais pequeno que seja é importante e o que ele nos pode trazer se o voltarmos a encaixar no seu sítio. Ele pode não voltar a caber na perfeição, porque entretanto foi moldado pelas circunstâncias, mas ele estará lá e isso é o quanto basta para nos voltarmos a sentir novamente inteiros.

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